sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Exúvia

   Estava lendo outro dia à respeito do momento em que o Jesus caminha sobre as águas e convida Pedro a caminhar também. A princípio, em minha "humanidade", pensei: por que Pedro teve medo? Se Jesus, o Jesus, estava ali, se ele sabia tudo o que Ele era. Então percebi minha ignorância e falta de autoexame.
   Estou com muito medo do vestibular, apesar de saber que estou mais bem preparada que no ano passado e que, por entendimento e fé, Cristo me dará o que eu preciso. Medo de não me lembrar do que estudei, de errar bobagens como de costume, de não fazer o meu melhor na redação... medo da prova em si. Vejo que Pedro e eu erramos no que é matéria prima para a fé: confiança. Ele confiava mais no seu barco e eu, no meu potencial. Ele não quis descer do barco e eu, não quero abrir mão do meu futuro certo. Porque não entendemos que a vida, a morte, sucesso e derrota, pertencem ao próprio Deus. Essa é a segurança que temos e é nisso que devemos estar firmados. É em nossa incapacidade de confiar que sofremos, quando Ele nos convida  a dispensarmos nossas ansiedades e lhe entregarmos nossas bagagens. Para esse processo de mudança eu não encontrei resposta, nem método. Pode ser que a intimidade, o conhecer a Deus, a dependência ou o sofrimento, resolvam isso.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Palavras

Se minhas palavras falassem
Diriam que estão cansadas
De serem flores
Que as crianças arrancam
Para apreciar

Ser mulher


Há dias que amo
e sou mais suscetível ao amor
encanto-me facilmente
encanto facilmente

é o 14º dia

Às vezes sou egoísta,
dispenso gentilezas
porque minha natureza
quer agora me mandar

Outras vezes me perco
Não sei
que dia é hoje!

Embaraço a razão dos homens
E continuo sendo mulher

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Livro Aberto

  Gosto de observar como as pessoas se comportam. Elas fazem comentários e tomam atitudes implícitas como se ninguém soubesse a verdadeira razão delas. As tentativas de chamar atenção, de parecer o que não é, de estar no meio da "roda". É o que chamo de disfarce público. Eu também faço isso: as unhas pintadas, o lápis nos olhos, o salto alto e até o sorriso amarelo.
  Penso que Mahatma Gandhi estava certo ao se livrar de todos os seus bens e tratar o rico e o pobre sem distinção. E estava certo também, ao desejar ardentemente a paz e o amor. Mas a promoção de uma vida assim, tão engajada, requer a ruptura de um status sólido, consistente e de um pouco mais de honestidade.
  Ser honesto não é ser perfeito. Ao contrário, é admitir falhas. Ouvi falar por aí sobre uma tal de "ditadura do ótimo". Mas hoje eu estou cansada demais para acatar ordens. Hoje eu só quero ler esse monte de livros que cada um escreve com sua própria vida. E no final, quero ter a sensatez de escolher, não os melhores, mas aqueles escritos com a determinante e genuína franqueza de um cristão.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Maravilhosa Graça

   Olhe para a humanidade. Ela é altamente destrutiva. Todos os dias encontro em mim sentimentos repulsivos e, por mais que me esforce para domá-los, reafirmo minha incapacidade em fazer isso constantemente.
   Então, como explicar o amor diante da maldade humana, senão pelo milagre da Graça?
   E por mais que não se aceite a existência de Deus, ou que se altere o formato das crenças, a essência que todos buscam é a mesma. Essa busca, por si só, é ilógica, maravilhosa e irrepreensível.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Pensando sobre Graça...

Graça é mais do que receber algo que não merecemos. Quando fazemos tudo o que nossa capacidade permite e, mesmo assim, não alcançamos nosso objetivo, a Graça de Deus opera, dando aquele empurrãozinho a mais.
Um exemplo é a salvação: " Somos salvos pela Graça". Isso porque por mais que nos esforcemos para cumprir o que a Lei manda, nunca conseguiremos totalmente. Então a Graça vai cobrir esse déficit.
Não significa que não tenhamos mais que seguir a Lei. Pelo contrário, devemos fazer o possível para cumprí-la. Mas quando não conseguirmos mais, podemos esperar confiantes pela Graça que não falhará. "Não há uma só pessoa que faça o que é certo". Rm 3.10

"Mas pela Graça de Deus, sou o que sou; e a sua Graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles (os apóstolos); todavia não eu, mas a Graça de Deus comigo". 1 Co 15:10

terça-feira, 1 de março de 2011

Por que somos servos e não escravos



Há uma distinção teórica entre servos e escravos. Os servos são semi-livres. Isso significa que moram e usufruem da terra do seu senhor e, em troca, dedicam parte de seu tempo no cultivo da terra que ele conserva para si. Além disso, os servos têm liberdade para sair das terras quando quiserem, mas normalmente não saem porque ali eles têm proteção. Já os escravos não podem sair da terra ainda que queiram. Eles são propriedade do senhor. Não há opção para eles. 

Creio que é por isso que somos chamados servos de Cristo. Ele não nos força a servi-lo. Podemos nos afastar se quisermos, mas sabemos que com Ele é bem melhor.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Marley e Eu




O cão Marley me fez refletir sobre a brevidade da vida, e a importância de aproveitar cada dia com simplicidade, lealdade incondicional, alegria e exuberância desenfreadas e, principalmente, com coragem incansável.

Um bom dia


É...

Foi ótimo viver mais esse dia. Eu não teria comido o pão que minha mãe fez, nem teria descoberto que meus textos podem fazer as pessoas se identificarem, nem teria bebido essa Coca, nem teria falado com todas essas pessoas, nem teria ouvido essa música, nem teria sorrido na rua, nem estaria aqui no dia do aniversário da minha mãe, nem teria tocado piano, nem estaria rindo sozinha, com a expectativa de que você entenda do que eu estou falando.

Obrigada, você é muito gentil!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Um dia mau


 Hoje o dia está frio e chuvoso. E um passarinho entrou na farmácia da minha mãe. ele não sabia voar direito e ficava se batendo. Não sei porque, mas voava em direção ao vidro acima da porta e enterrava a cabeça nele, querendo sair.
 O passarinho não entendia que não dava para passar pelo vidro. Não entendia que para chegar ao seu ninho precisava primeiro descer e passar pela improvável porta. Eu tentava ajudá-lo com uma vassoura, mas ele com certeza pensou que fosse um terrível ataque e continuava a se bater ainda com mais força.
  Gostaria de escrever algo novo. Mas a verdade é que continuo confusa demais. Confusa como aquele passarinho. Meu maior desejo quando acordei, foi de chegar bem rápido a hora de dormir. Não consigo entender por que é que essa parede invisível não me deixa chegar onde quero.
  Coisas que antes me alegravam, hoje me dão desânimo. Se faço uma coisa, faço por obrigação. Se não faço me sinto repugnantemente inútil. Se olho para as pessoas, só vejo os defeitos delas. Se olho para mim, encontro falhas incorrigíveis por todos os lados.
  Não sei porque um dia mau me fez chorar tanto, e também não consigo descansar como devia, ou esperar ou confiar. É como se uma mão esmagasse meu coração, sabe? Ninguém pode me ajudar. Na verdade, o que realmente gostaria, é que amanhã de manhã, meus olhos continuassem fechados.

Será que vale a pena viver mais um dia?
           Acho que só vou descobrir amanhã!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Amor Livre

 Me perdoe por não ser tão sincera. É que quando escrevo um texto com a intensão de publicá-lo, me torno omissa. Porém isso não é exatamente um erro. Têm coisas que doem e cansam. E falar abertamente acabaria com a dignidade que me resta. De repente esse assunto seja mesmo com você.
 O fato é que estou cansada (desencantada, desiludida). Realmente, definitivamente, irrevogavelmente, irremediavelmente cansada. Toda essa incerteza me enjoa. A inatividade me repugna. E eu gostaria muito de poder contaminar o mundo com uma alegria esfuziante. Seria ótimo sacudir certas pessoas e gritar tão perto de seus rostos a ponto de molhá-los.Claro, eu com certeza também adoraria dizer tudo o que penso. Sem pisar em ovos, sem adoçar palavras, sem eufemismo.
 Volto a repetir, pra que fique bem claro, cristalino como água: de repente esse assunto seja mesmo com você. Tome uma atitude pelo amor de Deus! Antes que eu comece a me convencer de que eu é que sou o problema aqui e que de fato, a vida é mesmo mórbida assim.
 Não, eu exijo muito. Exijo demais, exijo tanto de mim por não ter meios suficientes para mudar você. Como eu queria falar. Culpa dessas regras sociais que me encamisam, me prendem, fazendo de mim um ser humano polidamente omisso. Vai ver que é melhor assim.
 Aliás, a culpa é da confusão. É ela quem põe essa trave no meu próprio olho.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Venha sorrir você também!

PARABÉNS NA CASA DA DONA MARIA - RS

  A neta da D. Maria ia fazer aniversário. Então prometemos dar uma passadinha lá para cantar parabéns. Aí, como sempre fazíamos nos fins de tarde, reunimos todos os missionários e fomos até a casa dela no dia da festa. Cantamos animadamente e no fim, dona Maria insistiu para que entrássemos. Recusamos por causa do número em que estávamos, mas não teve jeito.  Puxou uma mocinha pelo braço e foi levando pra dentro. Entramos, fizemos uma roda na cozinha, colocamos as crianças no meio e começamos a cantar alto. Fazíamos gestos, ríamos, batíamos palma. Foi incrível.
  No final a Fabiele, missionária local, viu uma moça chorando. Ela estava afastada do Senhor e queria se reconciliar. Uma outra mulher recebeu a Jesus como Salvador. E é aí que fico boba. Uma simples cantoria com outra pitada de alegria, trouxe luz para aquela casa.
  Fomos pro quintal, comemos bolo, sentamos no chão, conversamos, e as moças foram lavar a louça e varrer o chão da cozinha. Até que nos despedimos alegremente de todos e prometemos uma próxima visita.
  Veja só que mistério glorioso. O que estas esperando, então, ó excelentíssimo cristão? Venha sorrir você também!







sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Primeiros Relatos: TransNacionais - Rio Grande RS - Bairro São Miguel

 

Eu fico admirada com Deus. Nem estava tão interessada em ir nessa trans. Mas as circunstâncias conspiraram pra que eu fosse e tudo que tive que fazer foi dizer sim. Então hoje estou aqui, ainda mais abobalhada por esse Deus que faz coisas tão "castelosas".

    Depois de 18h de viagem até Pelotas, fui mandada à Rio Grande, uma cidade portuária a 80km ao sul de Pelotas. Minha primeira impressão ao chegar no bairro São Miguel foi medo. Pensei, nossa é aqui? Imagine um lugar pobre, pobre, pobre. As ruas de areia, cheias de cavalos, cachorros, galinhas, crianças. Esgoto a céu aberto no qual costumávamos derrubar a bola de vôlei. Um calor insuportável.














O contexto familiar e social geralmente geralmente era de muitos filhos, religião espírita ou umbandista, taxa de analfabetismo assustadoramente alta, renda proveniente da pesca de camarões. Havia também muitos ex-presidiários, ou que estavam cumprindo pena em liberdade, e elevado tráfico de drogas. Era comum encontrar pessoas que não acreditavam mais em Deus por causa de uma morte inesperada na família, ou suicídios. A verdade é que aquele é um outro mundo.




Nos primeiros dias fazíamos recenseamento nas casas, pesquisa religiosa e oferecíamos estudos bíblicos. As pessoas foram bem receptivas, graças a Deus, e muitas topavam o estudo. Mas acontecia de a pessoa não estar presente ou não poder nos atender no horário combinado para fazê-lo.




   
Andávamos nas ruas sempre com a camisa amarela escrito Jesus Transforma. E ficamos conhecidos por lá. Os olhares desconfiados se transformaram em simpáticos sorrisos. As crianças vinham ao nosso redor pedindo abraços e beijos. Perguntavam, tia, vai ter cultinho? No dia da EBF, se concentraram na Congregação 95 crianças. No último culto que fizemos, numa sexta-feira, havia 30 crianças.













Nos fins de tarde, reuníamos todos os amarelinhos e íamos nos becos cantar emplogadamente. Parávamos nas ruas cantando e ali, ao nosso redor, muitas pessoas chegavam para nos ouvir. Até ao ponto de reclamarem: vocês vão na casa de todo mundo e não vêm aqui!




















   Muitos se converteram seriamente. Outros, com certeza, foram comovidos pela alegria que está no coração de quem já conhece a Jesus.
   Esse é um trabalho que não pode parar e nem vai. A Igreja Batista de Rio Grande promete dar todo o apoio. E eu continuo em oração. Estou apaixonada. Rio Grande, ou melhor, São Miguel, me deixou com o coração esmigalhado.
   Não quero me esquecer. Aquele é um campo fértil. Quantos outros não existem nesse imenso Brasil? Agora eu entendo de fato: " A colheita é grande, mas poucos são os trabalhadores".

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Dedicatória

  Muitas pessoas caberiam nesse espaço. Deus sabe o quanto meu coração transborda em tê-las por perto.
  Devem me achar louca na rua, porque fico rindo sozinha. Acho que me acham louca quase que todos os dias. Como me sinto amada! Não sei o que seria de mim sem toda essa gente. Obrigada!
  Mas eu quero em especial, dedicar esse post à minha amiga tão querida, Tati.
  Não se trata de uma retribuição pela homenagem pública que você fez no ano novo ( eu nem poderia). É que às vezes penso em como Deus me ama por ter me dado você.
  Muito obrigada por ser tão doce e decidida. Por compartilhar suas lágrimas e sonhar meus sonhos. Por não me julgar. Essa sua qualidade é excepcional. Eu sei que posso te contar tudo, tudo, você jamais me julgará. Pelo contrário, vai ouvir sorrindo, e me corrigir... sempre sorrindo. E quando eu quiser divagar, questionar, desafiar, não vai me dar as respostas, vai simplesmente ( e incrívelmente) me dar aquele abraço de moça alta.
  Às vezes eu até planto um pouquinho de rebelião aí. Mas você, ainda permanece ereta, incorruptível. Obrigada por dar ouvidos à esta pobre errante. Você é raridade.
 
  Com muito amor à minha amiga e leitora mais fiel.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Sucinto


Quanta coisa eu tenho pra viver, experimentar, descobrir. Não, definitivamente eu não quero um namoro fatal agora. Eu quero um namoro despreocupado e risonho. Quero um namoro de escola que esqueça os filhos e a grinalda. Que não me amole. Tão sucinto quanto deve ser.

Vamos ao cinema, sair com os amigos, sair sozinhos e olhar sem medo, beijar. E que seja só paixão até que dure. Até que o amor não perdoe e traga de volta aquele sonho de criança: o casamento.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Encruzilhada


  Você acredita em predestinação? Acredita que desde a maternidade o Senhor Todo Poderoso escolheu o encaixe perfeito para sua vida? Já se perguntou se aquela era a pessoa certa ou ouviu a famosa frase " se tiver que ser será"? Talvez você até tenha passado dias ou meses orando com alguém para saber se era O alguém. Vai ver que Deus enviou um anjo do céu só para te livrar dessa terrível encruzilhada.
  Não, isso não tem o menor sentido. Por que é que entre 6,5 bilhões de habitantes no mundo, Ele escolheria um único ser capaz de te fazer feliz? Aliás, Ele nem escolhe. Da mesma forma como não escolhe qual será sua profissão ou quem será salvo no juízo final. Deus, simples e unicamente, dá opções.
  A única " vontade de Deus" é que você escolha alguém que o tema, o ame, o sirva. Que na sua profissão você possa honrá-lo.
  Só porque Deus é onisciente não significa que tenha determinado seu futuro. Ele não criou a pessoa certa, criou o tipo de pessoa certa. É você quem escolhe o que quer ser. 

O piloto automático

  Um relógio, ao ser criado, teve suas peças encaixadas perfeitamente, de modo que pudesse contar as horas. E Deus, ao criar o mundo, fez de forma ideal. Ele planejou um ciclo, uma roda gigante. No entanto, o homem se utilizou do direito de escolha que lhe foi dado, e mexeu nos ponteiros do relógio. Então, é culpa de Deus os terremotos, enchentes, furacões?
  Da mesma forma, se chove no dia do carnaval, foi Deus quem mandou a chuva e estragou a festa? É claro que Ele opera milagres, contudo não se pode esquecer do relógio. Deus fez o ponto de ebulição da água, as nuvens, as pontes de hidrogênio, as precipitações, as massas de ar... tudo criado para funcionar perfeitamente. É uma pena que por acaso chova naquele grande dia.
  O que quero dizer é que responsabilizamos Deus por tudo, até mesmo pequenas bobagens como coincidências ou sortes que acontecem no dia a dia. Devemos avaliar se realmente há toda essa interferência, se não estamos espiritualizando demais.