Hoje o dia está frio e chuvoso. E um passarinho entrou na farmácia da minha mãe. ele não sabia voar direito e ficava se batendo. Não sei porque, mas voava em direção ao vidro acima da porta e enterrava a cabeça nele, querendo sair.
O passarinho não entendia que não dava para passar pelo vidro. Não entendia que para chegar ao seu ninho precisava primeiro descer e passar pela improvável porta. Eu tentava ajudá-lo com uma vassoura, mas ele com certeza pensou que fosse um terrível ataque e continuava a se bater ainda com mais força.
Gostaria de escrever algo novo. Mas a verdade é que continuo confusa demais. Confusa como aquele passarinho. Meu maior desejo quando acordei, foi de chegar bem rápido a hora de dormir. Não consigo entender por que é que essa parede invisível não me deixa chegar onde quero.
Coisas que antes me alegravam, hoje me dão desânimo. Se faço uma coisa, faço por obrigação. Se não faço me sinto repugnantemente inútil. Se olho para as pessoas, só vejo os defeitos delas. Se olho para mim, encontro falhas incorrigíveis por todos os lados.
Não sei porque um dia mau me fez chorar tanto, e também não consigo descansar como devia, ou esperar ou confiar. É como se uma mão esmagasse meu coração, sabe? Ninguém pode me ajudar. Na verdade, o que realmente gostaria, é que amanhã de manhã, meus olhos continuassem fechados.
Será que vale a pena viver mais um dia?
Acho que só vou descobrir amanhã!
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