quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Altruísmo

 Acredito que todos os dias somos desafiados a nos destruir. Esses desafios podem vir explícitos ou não.
 Todas as vezes que pedem que você faça algo que não quer, convidam você ao suicídio. Quando trazem problemas e lamentações, despejam bagagens pesadas para que ajude a carregar. Quando alguém chora e você precisa abafar o riso, quando falam e você precisa se calar... ou até mesmo quando por espontânea vontade, você percebe o sofrimento dos outros e decide ajudar. Isso dá dor nas costas! Contraria tudo o que sabemos e somos como humanos. E cabe a nós aceitarmos o desafio. De modo que, a cada gesto de morte, deixamos nascer uma nova vida.
 Talvez assim nos tornemos pouco a pouco mais parecidos com o Homem Bom, que sejamos cada vez mais aperfeiçoados na fraqueza. E que nossa existência possa fazer algum sentido, possa cumprir o seu propósito no mundo. Pode ser que assim, sejamos mais merecedores, mais dignos da Vida.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Os Sonhos




Os sonhos são belos e solitários enquanto sonhos. Isso porque nada mais são que um rio refletor. Quando olhamos, sua superfície mostra a nós mesmos.
E mergulhar nesse rio, a quebra da tensão, o fritar dos ovos, me assusta.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Tensão superficial

Solidão
O que é?
   Se fosse Clarice Lispector, diria que é um ovo. Aparentemente firme, belo, autoconfiante. Mas que carece desesperadamente do rompimento da tensão superficial, para conceber o surgimento da vida.   
É que é muito fácil ser bom sozinho e para si mesmo. Contudo são os relacionamentos e os difíceis convívios que nos propiciam os maiores desafios da vida. São eles que ofendem, acusam, importunam, irritam, despenteiam. E são eles também que convidam à superação de nosso próprio ego. Que penetram a tensão superficial de nossas mentes nos fazendo encarar uma realidade cruel da humanidade: a imperfeição.
  Que responsabilidade e desafios curiosos nos foram dados. " Ame ao seu próximo como a si mesmo". Difícil MESMO

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Onde está o farol?

  As dificuldades estão chegando. O Pai me contou que viriam. Ele parece distante. Parece que não tenho para onde olhar. Meu coração está tomado de ansiedade. Não consigo descansar. Não consigo confiar nos seus planos. Não consigo ter fé. Pensei que Ele faria o impossível acontecer. Acreditei que me faria ir além das minhas forças. Mas já fiz quatro provas. E duas me denunciaram claramente. Denunciaram que não fiz o suficiente. Que a graça do Pai não me alcançou. Que minha fé falhou.
  Eu sei que a vontade dEle é perfeita e que seus planos são de paz. Mas ao meu redor eu vejo sorrisos e vitórias... e cobranças. Me sinto esquecida mesmo crendo. Contudo tenho aprendido sobre sentimentos. Mesmo que eles não existam é preciso obedecer. Difícil.
  Quem é esse Deus que trabalha enquanto todos dormem e de modo tão confuso aos meus olhos?
  Minha cabeça está pendendo e meu orgulho ferido. Porque o Pai sabe o que eu preciso. E sabe o que Ele quer que eu seja.
  Quando me vejo, seu amor incondicional me constrange.
  Preciso amar mais. Sorrir, servir e me compadecer mais. Preciso ler mais a Palavra para conhecer os princípios e a vontade de Deus profundamente. Preciso orar mais, abençoar mais, estar atenta às necessidades das pessoas ao meu redor. Preciso me animar mais, levantar da cama e correr. E me sacrificar mais, ouvir o despertador as 4:00 a.m., buscar o Reino, entender e cumprir os propósitos que me fizeram existir nesse mundo. "O que estou fazendo se sou cristão"...
  Sim, eu quero ser refinada pelo fogo. E que doa se necessário for. Tu és o caminho pelo qual eu vivo.


Páginas do meu diário. Para quem me conhece...
A pedrinha










Confie... 

As coisas acontecem na hora certa.
Exatamente quando devem acontecer!

sábado, 13 de novembro de 2010

A roda gigante

A moça gostou do moço
pensou no moço
repensou o moço

Achou que o moço era bom
beijou o moço

Achou que o moço era dela
Achou que o moço era bom

De manhã ganhou uma rosa
E de tarde um punhal

Viu o moço e outra moça
Viu de frente a traição

Sorriu para parar a lágrima
gritou para abafar o coração

pobre moça
pobre moça
que pensou que o homem era bom

Ambiguidade

-Você tem duas opções:
ou beija na boca ou corre

-Se eu correr você corre atrás?

- Não

- E se eu te beijar, você corre?

Passo

Ele cantou
me cantou
me encantou
e desencantou.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

"A mãe


A menina escreveu um conto. Mas seria muito melhor se você escrevesse um romance, disse a mãe. A menina construiu uma casinha de boneca. Seria muito melhor se fosse uma casa de verdade, disse a mãe. A menina fez um pequeno travesseiro para o pai. Seria mais útil se fosse um colcha, disse a mãe. A menina cavou um buraquinho no jardim. Seria muito melhor se tivesse cavado um buraco grande, disse a mãe. A menina cavou um buraco grande e foi dormir dentro dele. Seria muito melhor se você dormisse para sempre, disse a mãe."






Lydia Davis

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Tempo

Quanto tempo não tenho gastado a pensar em coisas tão irrelevantes. Quantas horas mal empregadas para dar espaço ao turbilhão de sentimentos e emoções e divagações que cercam essa minha mente confusa. Há quem diga que pensar demais faz mal. Pode ser que se descubra um novo ser cá dentro... ele pode assustar. Mas a verdade é que penso tanto a ponto de descobrir mentiras ou hipérboles: intensifico fatos corriqueiros e aprofundo olhares e palavras para alimentar minhas ilusões. Não que eu goste de viver o irreal, mas procuro antecipar momentos vindouros, uma questão de planejamento. Ou, em algumas ocasiões, experimentar um pouco daquilo que jamais acontecerá.
Mas veja só. Tantas horas desperdiçadas sobre coisas que nunca vieram e nunca foram. Como este texto contraditório que acabo de escrever e que tomou meia hora de meu tempo útil para devolver-me umas poucas palavras inúteis.