quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Nosso mundo pré selecionado

O Julgamento de Nuremberg, que abriu os primeiros processos contra os vinte e quatro principais prisioneiros de guerra da Segunda Guerra Mundial, ocorreu em 20 de novembro de 1945. Os réus foram passíveis de acusações de conspiração, atos de agressão, crimes contra a paz e contra a humanidade e crime de guerra. Praticaram atrocidades e provocaram humilhações brutais a outros seres humanos. Aqueles, ditos civilizados e "superiores", impuseram um falso ideal de que o diferente é inferior.

Os diferentes na opção sexual, na raça, na religião, nas ideologias políticas, ou simplesmente por serem deficientes. Considera-se, portanto, que as penas de morte, prisão perpétua ou por alguns anos a esses acusados foram perfeitamente justas, ou que mereciam castigos piores. É claro! Esses líderes, infratores de direitos humanos, preconceituosos, extremistas, que julgavam serem melhores do que os outros... ora, esses realmente mereciam ser punidos!

Devemos nós, então, sermos punidos também? O que nos faz tão diferente dos nazistas? Porque não matamos àqueles a quem discriminamos? Ou será que matamos?

Fala-se facilmente e com fervor sobre os odiosos nazistas como se eles fossem os únicos a tentarem construir um mundo cheio de pessoas pré-selecionadas. Mas nós vivemos inegávelmente em uma sociedade proconceituosa e etnocêntrica de forma implícita ou explícita.

O preconceito está em tornar opiniões pessoais em conceitos universais. Está em generalizar indivíduos e ignorar as diferenças culturais de cada um. O etnocentrismo está em utilizar a si mesmo, ou a sua própria cultura como padrão e classificar o diferente disso como pior, inferior.

Discordar é diferente de desprezar. Isso significa que não há problema em se possuir uma opinião diferente e defender um ideal. O problema está no desprezo. O desprezo acontece quando se cria uma espécie de círculo, mundo particular. Os que se encaixam nos pré-requisitos podem fazer parte dele. As pessoas que selecionamos podem conversar conosco, podem ser aceitas. Aos "outros" resta apenas o Holocausto.

Somos dariamente bombardeados por ideais de mundo perfeito e puro. Muitas vezes sem percebermos, criamos os nossos próprios ideais com base em influencias externas e possivelmente nos autodestruímos. Não pensamos mais por nós mesmos, nem defendemos ideais próprios. Nos tornamos então agressores, e ao mesmo tempo, vítimas de uma sociedade egoísta.

O mais curioso é que não somos perfeitos e, portanto, possuímos aspectos que também podem ser considerados inferiores para outros.

Nós, "culturalmente esclarecidos", deveríamos fazer uma autocrítica. Não quer dizer que devamos aceitar a tudo e a todos e não possuir opinião. Mas devemos ser superiores de fato e verdade. Respeitando as diferenças sem qualquer preconceito. Respeitar não quer dizer concordar, mas ser um pouco mais humano. Humanos que são tão humanos quanto qualquer humano!

Precisamos refazer uma História feita de compaixão. Sem Nuremberg.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Beleza, uma insegura certeza.



No livro A Pata da Gazela de José de Alencar, Amélia é a paixão de dois homens muito distintos. Para Horácio, um homem "da moda", a moça era muito especial. Ela tinha o pé mais lindo que já vira e estava disposto a qualquer loucura para possuir o objeto de seu culto. Já Leopoldo, apesar de assombrado com a deformidade de Amélia, firmou seu amor em quem ela era. Esta ilusão do acaso foi suficiente para provar tanto para ela quanto para o próprio Leopoldo, quanto o amor pode superar uma aparência passageira.
A busca pela beleza representada por Horácio é muito comum até hoje. Claro que os padrões de beleza mudaram, mas o incessante desejo de se obter a perfeição física atingiu proporções gigantescas. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o Brasil é o segundo país do mundo a realizar mais cirurgias plásticas e das 200 mil cirurgias de mama realizadas em 2008, 50% foram por questões estéticas. Na América, 20 bilhões de dólares são gastos anualmente em cosméticos; 300 milhões em cirurgia plástica; 33 bilhões em produtos dietéticos. Isso ilustra a importância dada a aparência.
Caso a pessoa não se enquadre aos padões, se sente insegura, pois coloca sua autoestima nas mãos dos outros e no que acham dela. Procura se assegurar através de quem atrai para perto de si. Torna-se egocêntrica, invejosa e coloca muita expectativa nos elogios dos outros para se sentir bem.
Vivemos em uma sociedade com um foco inadequado sobre beleza, porque ela é uma ilusão e acaba. É preciso deixar de lado as superficialidades e estabelecer prioridades nas coisas certas. Investir em quem somos, no coração, pode realmente causar mudança e nos fazer lembrados. Só assim nos tornaremos livres para nos aceitar e nos amar com fraquezas e falhas.


Texto sob autoria de Ana Cláudia P. Silva, Ana Carolina R. Aguiar e Fernanda Roters, alunas do terceiro ano do Colégio da Polícia Militar do Paraná - Cel. PM Felippe de Souza Miranda, sob a orientação da professora Josiane Déa do Amaral Brandalize.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Altoestima: elevando o foco!


Certa vez estava caminhando e, ao atravessar a rua, um motorista simpático me deu passagem seguido por um doce sorriso.


Ao pensar sobre este gesto tão sutil, me perguntei sobre a real natureza das coisas simples da vida. Será que não estamos cegos ou surdos, focados em coisas erradas? Porque se pensarmos à respeito, e a Bíblia nos confirma que isso é verdade, a natureza do homem é tão somente pecaminosa. Se não fosse pela Graça e Misericórdia de Deus, os seres humanos se auto destruiriam. Ora, então por si só, um simples gesto, como um sorriso, uma gentileza, uma delicadeza, é na verdade um grande milagre! É nada menos que o operante favor imerecido do Senhor entre nós. Mas às vezes estamos ocupados demais pensando em nós mesmos que as bençãos contínuas e cotidianas nos passam despercebidas.

Precisamos criar um filtro em nossa mente, para que apenas as coisas boas entrem, e certamente elas nos farão ver e ouvir, e o mais importante, agir! Basta apenas MUDARMOS. Mudarmos pequenos hábitos que podem se tornar gigantescas janelas do Senhor para a sua e a vida de todos ao seu redor. Isto é causar impacto e mostrar diferença. Como você reage ao mundo por meio de pequenos detalhes diários que provam do que seu coração está cheio. Isto é autoestima. Notar que a graça e a misericórdia do Senhor certamente o seguem por todos os dias da sua vida.